Secretarias municipais de Educação e organizações da sociedade civil têm até as 18h do dia 2 de setembro para fazerem uma solicitação e receber, gratuitamente, 2 milhões de livros da campanha “Leia com uma criança”, do Itaú Social. As obras selecionadas para esta edição são De passinho em passinho: um livro para sonhar e dançar e A pescaria do curumim e outros poemas indígenas.
Somente organizações sociais e secretarias municipais de educação podem pedir os livros, mas toda a sociedade pode fazer parte da mobilização indicando o programa para uma entidade elegível.
Serão priorizadas aquelas localizadas em municípios mais vulneráveis considerando parâmetros como grau de concentração de renda (Índice de Gini), Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicadores de pobreza e outros. É possível conferir mais informações e a lista de cidades prioritárias no regulamento oficial. As instituições podem solicitar um kit, que é composto por dois livros, para cada criança atendida ou matriculada. Também estarão disponíveis 14 títulos da estante digital e um acervo de 22 obras já distribuídas em anos anteriores em versões audiovisuais acessíveis voltadas para o público com deficiência, no site do programa.
A superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann, ressaltou que o intuito do programa, criado em 2010, é estimular os adultos a lerem com as crianças como forma de fortalecimento dos vínculos afetivos e participação ativa na educação.
“E, diante dos desafios impostos pelo acirramento das desigualdades, reafirmamos o nosso compromisso com a equidade. Direcionamos os esforços da campanha para promover e democratizar o acesso à leitura literária de qualidade para famílias e crianças em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica. Nossa intenção é que mais crianças ampliem seu repertório cultural usando a imaginação e a criatividade, enriquecendo e expandindo, assim, suas experiências com os outros e com elas mesmas”, disse.
Segundo o Itaú Cultural, os livros distribuídos em 2022 foram escolhidos por meio de edital com base em histórias que valorizassem pessoas e culturas negras e indígenas. “Essa seleção reconhece o potencial da literatura para contribuir com a diminuição das desigualdades e com a valorização das diferenças. Puderam participar editoras brasileiras, com prioridade para livros de autores ou ilustradores que se autodeclaram negros e/ou indígenas”.
O livro De passinho em passinho: um livro para sonhar e dançar (Editora Companhia das Letrinhas) tem ilustrações de Bruna Lubambo e texto de Otávio Júnior. Escritor, contador de histórias e produtor teatral, ficou conhecido por abrir a primeira biblioteca nas favelas do Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. O livro traz danças e ritmos periféricos, protagonizados por crianças e jovens. A produção tem como pano de fundo uma pesquisa cuidadosa sobre o estilo funk e seus demais aspectos culturais no país.
Nos 12 poemas de A pescaria do curumim e outros poemas indígenas (Editora Panda Books), Tiago Hakiy, escritor descendente do povo Sateré Mawé, tece versos recheados de lembranças e afetos sobre um jeito de ser criança que tem muitas relações com a natureza. As coloridas ilustrações de Taísa Borges acrescentam riqueza ao universo retratado pelo escritor. Cores, peixes, pássaros, costumes e olhares sobre o dia a dia na floresta despertam conversas e a imaginação.
As duas obras podem ser solicitadas em braille e em fonte ampliada para crianças com deficiência visual, e em formato audiovisual com múltiplos recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição. As versões audiovisuais acessíveis também podem ser encontradas on-line na página do programa.
Também estão abertas, até as 18h do dia 9 de setembro, as inscrições para o edital de seleção das duas obras de literatura para crianças que farão parte do kit do programa para distribuição em 2023. Serão selecionados livros de literatura sobre quaisquer temáticas, porém com recorte em relação à autoria, recebendo inscrições somente de livros de escritores e ilustradores de países latino-americanos nascidos e residentes. Cada editora pode inscrever até três títulos no edital. Todas as editoras brasileiras podem se inscrever, desde que não tenham sido contempladas na última edição.
Os livros devem ser em prosa ou poesia, voltados a crianças de 0 a 6 anos e ter até 50 páginas. Serão aceitas obras já publicadas, lançamentos ou reedições. Está prevista a aquisição de até 2 milhões de exemplares de cada título selecionado. As editoras deverão ceder os direitos para a produção de até 15 mil livros em braille e em formato acessível.
Para realizar a inscrição, as editoras deverão preencher um formulário na Plataforma de Editais do Itaú Social e enviar um exemplar de cada livro para o endereço indicado no regulamento, via Correios. Serão considerados livros de autores do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.