Um dos principais aeroportos brasileiros será concedido à iniciativa privada por meio de um leilão a ser realizado no dia 18 de agosto. Localizado em São Paulo, o Aeroporto de Congonhas será leiloado junto com outros terminais como o de Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG) num sistema conhecido como leilão por blocos. “Onde nós colocamos um aeroporto de grande porte onde ele é lucrativo, superavitário junto com outros aeroportos que não tem aí a ‘vantajosidade’, talvez, do lucro, mas são aeroportos importantes quando nós falamos de interiorizar a nossa infraestrutura, democratizar o acesso à nossa aviação”, disse o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, entrevistado do programa A Voz do Brasil desta sexta-feira (10).
Outro bloco será liderado pelo aeroporto de Belém, junto com outros aeroportos na região do Pará. Segundo o ministro haverá um bloco mais geral com os aeroportos do Campo de Marte (SP) e de Jacarepaguá (RJ). O montante de investimentos esperados é de R$ 7,3 bilhões. “Esses investimentos vão trazer desenvolvimento regional e geração de empregos”, disse.
Segundo o ministro os aeroportos de Santos Dumont (RJ) e do Galeão (RJ) serão concedidos em uma oitava rodada, a ser realizada em 2023.
O ministro falou que, em cerca de 3 anos e 6 meses, foram leiloados 84 ativos por meio do Programa de Concessões trazendo uma soma de mais de R$ 100 bilhões contratados. “Isso vai gerar um boom na infraestrutura”. “Isso vai transformar o nosso país”, comemora.
Durante a entrevista, o ministro também falou sobre a fusão de duas empresas públicas: a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e a Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias. Segundo Sampaio um dos grandes objetivos dessa junção é a busca da redução do aparelho de Estado e busca de eficiência. A expectativa é de uma economia de quase R$ 100 milhões anuais.
De acordo com o ministro da Infraestrutura o Brasil está passando por um novo momento do setor ferroviário com o setor privado assumindo o protagonismo dos investimentos e da construção de novas ferrovias. “Nós mudamos o marco regulatório onde permitimos agora, via autorização, ao setor privado fazer investimentos vultosos”, referindo-se ao programa Pró-trilhos (link: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transporte-terrestre_antigo/programa-de-autorizacoes-ferroviarias). Segundo ele, já são mais de 80 pedidos de autorização para novas ferrovias só nos últimos seis meses, o que significaria mais de 20.000 quilômetros de ferrovias e um investimento da ordem de R$ 140 bilhões. “Isso realmente vai transformar a nossa matriz de transporte. Além de gerar empregos nós vamos desenvolver regiões, disse.
De acordo com Sampaio o avanço na agenda de ferrovias vem avançando com a criação de terminais rodoferroviários, fazendo o trabalho de milhares de carretas e dando mais competitividade às commodities brasileiras. “Ano passado, pela primeira vez, nós tivemos os grãos do centro-oeste brasileiro mais competitivos do que os grãos do meio-oeste americano chegando na Ásia. Isso fruto da redução do frete e da logística interna no país.”, comemorou.