Neste mês, em 15 de agosto, é celebrado o Dia Nacional das Santas das Casas, instituições que, para o SUS, representam 70% do volume assistencial de alta complexidade, 50% dos atendimentos de média complexidade e, em 824 municípios, é o único equipamento de acesso ao cuidado e à assistência em saúde. O setor enfrenta histórica situação de dificuldade financeira e, de acordo com o Boletim de Indicadores de Custos de Hospitais Brasileiros, realizado pela Planisa, empresa líder em soluções de gestão de custos, o custo de operação teve aumento nessas instituições.
Neste ano, a média de custo de uma diária de UTI não-crítica Adulto teve alta de 21,3% na comparação com 2021. Já a UTI Adulto registrou 13,5% e a hora do centro cirúrgico elevação de 5%.
“Uma das particularidades que podemos citar é no custo da hora de utilização do centro cirúrgico. Quando comparamos o hospital privado com o filantrópico, o custo caiu no primeiro. Em 2021, na instituição privada custava R$ 1.048 e diminuiu, neste ano, para R$ 859, queda de 18%. No filantrópico, o que era R$ 613 passou para R$644. Isso mostra que, com a desaceleração da pandemia, a retomada da utilização do centro cirúrgico nos hospitais privados, automaticamente diminuiu o custo da utilização, já que quanto mais o centro cirúrgico é utilizado, menor fica o custo unitário desse uso”, explica o diretor de Serviços da Planisa e especialista em gestão de custos hospitalares, Marcelo Carnielo.
Carnielo salienta que o mesmo fenômeno é identificado na análise do Pronto-Socorro. O atendimento que em um hospital privado era, em média, R$ 224 em 2021, caiu para R$ 185 em 2022, queda de 17%. Nos filantrópicos, houve leve aumento, de 5,8% (de R$ 239 passou para R$ 252).
Carnielo ainda ressalta que a sanção da lei 14.434/2022, que instituiu o piso salarial nacional da Enfermagem coloca ainda mais pressão em custos nos hospitais filantrópicos, portanto, cabe com urgência definir a fonte adicional de recursos para estas Instituições.
“De qualquer forma, as atenções devem se voltar não aos custos de uma diária hospitalar ou um “pacote” cirúrgico, mas em quais medidas efetivas precisam ser executadas para reduzir o custo assistencial em todo ciclo do cuidado do paciente, garantindo, obviamente, o melhor desfecho clínico. É necessário, portanto, uma visão cada vez mais longitudinal do paciente”, conclui Carnielo.