O governador fluminense, Cláudio Castro, destacou que o Rio tem vocação para lançar novas ideias. “É um estado que está sempre na vanguarda das mudanças. Sediar um evento desse porte, que reúne os maiores nomes do mercado de inovação e tecnologia, transforma o estado na capital desse segmento. Espero que o evento e o estado inspirem grandes negócios e a troca de conhecimento”, disse Castro.
Também a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento vai apresentar, no espaço AgroRiw Tech, a agricultura do futuro. Será montada extensa agenda para conectar produtores agrícolas de diferentes segmentos e tamanhos com desenvolvedores de tecnologia capazes de revolucionar de forma responsável a utilização do campo, impulsionando o mercado brasileiro.
No espaço Rio Pop Tech, o público poderá conferir sessões especiais do CineClube Zezé Motta. A agenda começa hoje (8), com a exibição dos filmes A Balada da Nobre Senhora, A Criatividade Econômica do São João do Rio de Janeiro e Ìyálewà. Ao longo do RIW, a programação ainda vai contar com mesas de debates e palestras promovidas pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Sececrj). Serão 15 sessões ao todo, seguidas por debates com os produtores das obras, em vários horários (11h, 14h, 17h e 19h). Todos os produtores são contemplados nos editais da Sececrj.
A secretária Danielle Barros afirmou que como o mais completo encontro sobre tecnologia e inovação da América Latina, “o Rio Innovation Week abre portas para muitos produtores culturais mostrarem o seu trabalho. A nossa programação é voltada exatamente para criar oportunidades para essas pessoas e promover debates que os agreguem à cadeia artística produtiva", disse.
Fechando a programação cultural, no dia 11, o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Rafael Almada, dará palestra sobre análise de obras de arte, com auxílio do Laboratório de Instrumentação e Simulação Computacional Científicas Aplicadas. A apresentação utiliza um conjunto de métodos de simulação e modelagem computacional para a realização de pesquisas nas áreas de conservação, restauração, museologia e patrimônio.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) terá um estande, localizado em frente ao Armazém 1, para exposição de trabalhos de pesquisas de docentes, alunos e bolsistas. A comunidade da Uerj terá direito a ingressos sem custo, cedidos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação. Poderão participar também técnicos administrativos, além de professores e estudantes. O passaporte gratuito pode ser emitido até a abertura do evento.
A professora Eloiza Oliveira, diretora do Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias (IFHT) e coordenadora da participação da Uerj no RIW, considera que os pontos abordados no evento são fundamentais, especialmente para quem está entrando no mercado de trabalho. “Sendo o maior evento de inovação da América Latina, é uma bela oportunidade para os nossos alunos terem contato com temas relevantes e atuais no cenário da ciência e da biotecnologia no estado, no país e no mundo”, afirmou.
Durante a feira, serão realizadas diversas maratonas tecnológicas (hackathons), sendo duas organizadas pela Uerj, em parceria com a aceleradora de startups Sai do Papel. Essas maratonas visam a promover a criação de soluções inovadoras para questões relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as 17 metas estabelecidas, a Uerj convocou os interessados para o Desafio da Saúde, que tem seu primeiro segmento pautado no ODS 3 (saúde e bem-estar), com foco na temática da obesidade infantil.
A professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Uerj e coordenadora do desafio de Saúde, Alexandra Monteiro, lembrou que esse é um problema mundial, agravado pela pandemia de covid-19. “Então, precisamos olhar com muita atenção para essas crianças, implantar soluções e estratégias para que tenham um desenvolvimento saudável”.
Outro segmento do desafio da saúde é focado na acurácia diagnóstica, utilizando imagens padrão Dicom (da sigla em inglês para Comunicação de Imagens Digitais em Medicina) e inteligência artificial. O objetivo é desenvolver soluções que permitam melhorar a especificidade e a sensibilidade dos exames para rastreio dos cânceres de mama e de próstata.
Além da Saúde, a Uerj também promoverá o desafio de Mobilidade Urbana. Uma das motivações para esse hackathon é o fato de moradores de cidades como o Rio de Janeiro e região metropolitana perderem muito tempo no deslocamento diário entre a residência e o local de trabalho. O coordenador do desafio, professor José Mauro Nunes, do IFHT, informou que o objetivo é reunir os melhores cérebros do estado, entre estudantes, empreendedores ou especialistas, para que estudem esse problema e descubram como tornar a mobilidade mais adequada e uma experiência humanizada, de maneira a melhorar a qualidade de vida dos habitantes.
A ideia é elaborar propostas para racionalizar o transporte urbano, com integração dos diferentes modais, como barcas, trens, metrô, ônibus, BRTs, vans, bicicletas, entre outros. Essa integração deve ser coerente e equilibrada para todos os envolvidos (concessionários privados, poder público e usuários). Nunes destacou também a importância da questão ambiental na discussão dos meios de transporte. “É preciso pensar em uma mobilidade urbana mais sustentável. Existem alternativas como o VLT, usando a energia elétrica, as ciclovias, o deslocamento a pé, entre outras, que permitem também maior inclusão social”, disse. Ele observou que nas últimas décadas tem havido grande preocupação com os combustíveis fósseis e a poluição.
O setor da energia nuclear estará presente também no RIW. No painel A Nova Cadeia Produtiva do Setor Nuclear e seu Desenvolvimento Sustentável as instituições Nuclep, Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) vão discutir o cenário atual do segmento de energia. A palestra está programada para o dia 11, no Palco Sebrae, às 18h. Para o presidente da Abdan, Celso Cunha, a participação no Rio Innovation Week vai contribuir para destacar publicamente os grandes avanços do segmento. “Vamos ter a oportunidade de mostrar aos participantes do evento a capacidade desse setor", manifestou.
A energia nuclear responde, atualmente, por 3% da matriz energética no Brasil. “A emissão de gás efeito estufa é praticamente zero, ela não libera nem dióxido de carbono (CO2), nem enxofre, nem mercúrio no meio ambiente. O país tem a 7ª maior reserva de urânio do mundo, e sinalizou a construção de 8 a 10 novas usinas até 2050”, lembrou Cunha.
Uma usina de reator duplo, que ocupa cerca de 400 mil metros quadrados, tem capacidade de abastecer 2 milhões de residências. Esse é o caso, por exemplo, de Angra 1 e Angra 2, usinas que, juntas, podem fornecer energia elétrica para mais de 3 milhões de residências. De acordo com a Abdan, se uma pessoa usasse energia nuclear durante toda sua vida, o lixo resultante encheria apenas uma latinha de refrigerante.
Dois segmentos que apresentam potencial para aplicação da energia nuclear são os de alimentação e medicina, em que a Abdan sinaliza os benefícios da energia nuclear. Destacou, no segmento alimentar, a técnica de conservação por exposição à radiação ionizante, que já é realidade comum nos Estados Unidos, México, Austrália e em vários países da Ásia. Para a Abdan, trata-se de uma técnica segura e simples, uma vez que o produto pode ser tratado já na sua embalagem final e nenhuma adição química é realizada. Além de prolongar a vida útil dos alimentos, tratá-los com radiação reduz patógenos e retarda processos naturais fisiológicos, realiza a desinfestação de insetos e garante a segurança fitossanitária para exportação.
Na medicina, o setor é considerado fundamental, por meio da produção de isótopos para o desenvolvimento de procedimentos diagnósticos e terapêuticos, indicou a Abdan.
Um dos patrocinadores do RIW, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está levando, de forma gratuita, 300 startups para exporem seus produtos e serviços, além de mais de 10 mil pessoas que empreendem ou querem abrir um negócio, de todo o estado do Rio. O objetivo é estimular e desenvolver o empreendedorismo no setor de inovação, informou a entidade, por meio de sua assessoria de imprensa.
O analista do Sebrae Rio André Santana destacou que só o estado está levando ao RIW mais de 80 startups. “É uma grande oportunidade para essas micro e pequenas empresas de tecnologia, pois ali terão a possibilidade de fazer networking (serviço de rede profissional), conversando diretamente com o seu público-alvo e possíveis investidores”.
O Sebrae estará com um estande no evento, onde fará atendimentos personalizados para quem empreende ou quer abrir um negócio. A instituição também será responsável pelo Palco Sebrae, onde ocorrerão 30 palestras sobre temas relevantes aos pequenos negócios, abrangendo desde criptoeconomia à internacionalização de startups, passando por inteligência de mercado, empreendedorismo inovador na bioeconomia, subvenção econômica, crédito do futuro, sustentabilidade, mulheres que impactam, educação financeira, políticas públicas, diversidade, tecnoturismo, comunidades, nova cadeia produtiva do setor nuclear e seu desenvolvimento sustentável.
A Petrobras também vai participar do Rio Innovation Week. No estande da companhia, óculos de realidade virtual e uma tecnologia semelhante ao street view (representação virtual do ambiente) permitirão aos visitantes transitar em refinarias e plataformas de produção de petróleo, conhecendo os ambientes reais do dia a dia de trabalhos dos técnicos. Executivos da Petrobras falarão aos visitantes sobre as tecnologias em uso na jornada de inovação da companhia.
O prefeito Eduardo Paes participará da abertura da segunda edição do Rio Innovation Week. Para ele, o evento reforça a liderança da cidade como capital da inovação na América Latina. Diversas secretarias apresentarão alguns dos principais projetos de inovação adotados na gestão municipal.