O ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste da capital Paulista, no qual um adolescente de 13 anos matou uma professora e deixou outras 3 pessoas feridas, nos faz questionar a falta de segurança nas escolas e ir além. Coincidentemente, poucos dias antes do ocorrido, o Instituto Locomotiva, juntamente com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) divulgou o resultado de uma pesquisa em que mais da metade dos aproximadamente, mil alunos e professores entrevistados, afirmam que o ambiente escolar é violento. Ou seja, essa questão já é reconhecida neste contexto.
As causas externas, que acontecem fora da escola e instigam o comportamento violento dos alunos, variam ou se complementam entre problemas sociais e econômicos. O reflexo disso é, muitas vezes, a violência escolar, que inclui não só a violência física, mas também a psicológica e sexual. O bullying é uma das formas de violência muito presente neste contexto, diferente dos conflitos pontuais e entre pares, traz grandes prejuízos por conta de suas ações negativas aplicadas por um longo período entre aquele que pratica e aquele que sofre.
Mas quais ações faltam nas escolas que sirvam como prevenção desta violência e que contribuem para o desenvolvimento pleno dos alunos? Primeiramente, devemos lembrar a respeito da Lei 13.935/2019 de 11 de dezembro de 2019, que dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. Em seu Art. 2º o documento diz que os sistemas de ensino teriam um ano para tomar as providências necessárias ao cumprimento de suas disposições. Porém, apesar da grande importância de pôr em prática esta Lei, isso não acontece, na maioria das escolas.
Com o trabalho de uma equipe multiprofissional com atuação de forma efetiva, poderíamos considerar o início de uma longa trajetória de prevenção e de combate à violência nas escolas. Apenas um início, pois as ações vão além da prestação de serviços psicológicos e atenção à saúde mental. O diálogo e acolhimento entre os alunos, pais, professores e a gestão da escola, o incentivo aos estudantes em desenvolver habilidades como a criatividade, o pensamento crítico e a resolução de problemas, bem como a promoção de atividades culturais e esportivas, que são ações válidas no combate à violência nas escolas.
A maioria desses alunos têm grandes expectativas para o futuro e um enorme potencial. Por isso, devem ser incentivados a traçarem planos para alcançarem os seus objetivos. A escola deve ser vista como um caminho para a realização pessoal e profissional, não como um ambiente que oferece perigo e o ameaça.
* Pedagoga e Mestre em Educação e Novas Tecnologias, professora e coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação em Educação na UNINTER