“Contratamos por hard skill e demitimos por soft skill”, essa é uma frase bastante comum entre os RHs e líderes. Mas afinal, o que está por trás dessas palavrinhas tão faladas? Para começar é importante saber a diferença em cada uma delas.
As hard skills são totalmente aprendidas, pois são habilidades facilmente quantificáveis, e tudo o que conseguimos colocar no currículo como aptidões técnicas, certificações, qualificações e experiências.
Todo profissional pode ter algumas soft skills “naturais”, pois são habilidades comportamentais intrínsecas relacionadas a maneira como o profissional lida com o outro e consigo mesmo em diferentes situações, não tão fáceis de quantificar no currículo, pois abrange aptidões mentais, emocionais e sociais.
Atualmente, as empresas estão mais atentas às soft skills, pois são essas competências que agregam e produzem ambientes de trabalho confiáveis, com segurança psicológica e resiliência. Além de ser mais demandadas em tempos de crises, uma pesquisa realizada pela Michael Page aponta que “comunicação” é a habilidade mais exigida em 2023, seguida de “vontade de aprender” e “trabalho em equipe”, o levantamento mostra outras habilidades como: Entusiasmo, resolução de problemas, simpatia, flexibilidade, respeito, autoconfiança, senso de humor e sinceridade.
O mais interessante é que por muito tempo as empresas focaram os investimentos em hard skill como aprimoramento das capacidades técnicas, produtividade, gestão do tempo, o que não é de todo mal, mas está cada vez mais claro que o que entrega o Hard é o Soft.
Esse assunto está tão em evidência, que em um dos maiores eventos de gestão e inovação da América Latina, o HSM Expo, citou a evolução do Mindset para o Feelset, a alfabetização do sentir, mas já parou para pensar como as empresas podem contribuir para o desenvolvimento da hard skill e soft skill dos seus profissionais?
As hard skills podem ser construídas com acesso e parcerias à instituições de ensino, certificações, facilitação de bolsas e descontos, mentorias técnicas, job rotation, entre outras. Já as soft skills são desenvolvidas continuamente com habilidades existentes aprimoradas - e novas adquiridas - por meio de treinamento, coaching e experiência prática no dia a dia no trabalho.
Agora mesmo a empresa ou os líderes oferecendo ferramentas para o desenvolvimento de Soft Skills é importante ressaltar que o profissional precisa de coragem para estar aberto em aprender e utilizar no dia a dia, além do desejo e humildade de querer a cada dia ser um ser humano melhor, sabendo que essas habilidades trarão mais inteligência emocional, coragem e vulnerabilidade para os desafios enfrentados no ambiente de trabalho.
Para finalizar deixo para reflexão a citação que a pesquisadora, professora e autora de “A Coragem para liderar", Brené Brown, fez em seu livro. “A liderança corajosa em uma cultura definida pela escassez, pelo medo e pela incerteza requer o desenvolvimento de habilidades que são profundas e exclusivamente humanas. A ironia é que temos escolhido não investir no desenvolvimento do coração e da mente dos líderes… O que podemos fazer que as máquinas e a inteligência artificial não façam mais rápido e melhor? Empatia, conexão e coragem são um bom começo”.
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*Juliana Dimário Profissional de Marketing Institucional e Comunicação Corporativa, com mais de 12 anos de experiência atuando em empresas de grande porte e multinacionais, na área de engajamento e clima organizacional, branding, jornada de cliente, comunicação corporativa e marketing de produtos. Membro da Associação Brasileira de RH. Juliana é Head de Pessoas e Cultura da CBYK, com certificação Internacional em Psicologia Positiva pelo WholeBeing Institute, Chief Hapiness Officer (CHO) pelo Instituto Feliciência, com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, e graduação em Comunicação Social pela Universidade Metodista.