07/06/2023 às 05h56min - Atualizada em 12/06/2023 às 00h00min
A continuação de um legado e os novos desafios de uma empresária da saúde
Apesar das dificuldades e obstáculos que possam surgir, eu continuo. Talvez essa tenha sido a maior lição que aprendi com o meu avô, acreditar e perseverar. Ele defendeu os implantes quando ninguém o fazia.
SALA DA NOTÍCIA Ricardo da Silva
https://mclegacy.com.br/
Divulgação “Eu sou empresária do ramo da saúde e tenho muito orgulho de ser neta do médico Elsimar Coutinho”. Assim Manuela Coutinho define seu sentimento, ao falar do avô. O médico foi pioneiro em anticoncepcionais injetáveis de uso prolongado no país. Logo em seguida, ele lançou outros importantes métodos contraceptivos, dentre os quais destacam-se os injetáveis, as pílulas para uso oral e vaginal e os implantes hormonais subcutâneos. Manuela Coutinho, atualmente com 38 anos, faz parte, segundo estudo feito pelo Sebrae, de um grande contingente. A partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, no 3º trimestre do ano passado (2022), havia 10,3 milhões de mulheres donas de negócios no país, o maior número de empreendedoras da história. “Apesar das dificuldades e obstáculos que possam surgir, eu continuo com muito orgulho o belíssimo legado do meu avô. Tenho certeza de que a maior lição que aprendi com ele foi acreditar e perseverar. Ele defendeu os implantes quando ninguém o fazia, o que teria acontecido se ele tivesse desistido? Falar dos implantes, da gestrinona, ser a pessoa que dá a informação correta e de forma responsável e que trabalha de maneira incansável, isso tudo para mim é uma honra”, explica. Manuela se lembra com carinho especial de uma passagem marcante de sua vida: “Dancei ao som de La Vie En Rose, de Edith Piaf, a valsa do meu casamento. Oito anos depois, minha avó, que é francesa e tem Alzheimer, estava em minha casa e cantou essa música inteira à capela, e se emocionou. Foi quando decidi que o nome do meu laboratório seria La Vie”. Sua trajetória profissional começa em Madrid, quando se formou em Administração de Empresas, e trabalhou por quatro anos como auditora na multinacional PriceWaterhousecoopers (PWC). Quando viajava para o Brasil, nas férias, aproveitava a oportunidade para visitar as empresas de seu avô e, em uma dessas visitas, se interessou em entender como eram feitos os implantes hormonais. A partir desse momento, ela soube que trabalharia com isso pelo resto da vida. Planejou sua transferência da empresa e nesse período começou a trilhar o longo caminho que tinha pela frente, para que os implantes pudessem ser divulgados e comercializados. Oito meses depois, desligou-se da PWC para se dedicar exclusivamente aos implantes hormonais e ao avô. Ficou 10 anos à frente do negócio, e participou da transformação do mercado. “Fui a primeira pessoa no Brasil a idealizar e realizar cursos para médicos que queriam aprender sobre os implantes hormonais. Iniciei um movimento de abertura de mercado a partir da conscientização e da educação médica, que deu espaço para que se formasse o mercado sólido e pujante que temos hoje”, lembra Manu. Quando o avô de Manuela faleceu em decorrência da Covid, em 2020, a transferência da gestão resultou em mudanças na estrutura da empresa que colidiram diretamente com seus valores e, neste momento, optou por deixar a empresa e recomeçar criando a sua própria marca. A MCLegacy Eduh e o La Vie Legacy Labs nasceram desta decisão. Casada com o empresário Marcos, dono do Empório Casadez, distribuidora e varejista de bebidas, é mãe de dois meninos, Marcelo de 7 anos e Michel de 4 anos, que são os seus amores e acompanham os pais, apesar de pequenos, nas aventuras de empreendedorismo. Nascida em Londres – Inglaterra, porém com sua vida construída no estado da Bahia, tem o catolicismo como religião e valoriza a honestidade e a leveza nas pessoas. Para ela, ser uma empresária da saúde no Brasil significa poder ser uma ponte entre o médico e o paciente, entendendo a necessidade de ambos e buscando soluções para que tanto médico quanto paciente conquistem os seus objetivos. Seguindo essa premissa, o La Vie Legacy Labs é um laboratório especializado em implantes hormonais estéreis onde são produzidos implantes hormonais de silástico e os absorvíveis. Na MCLegacy Eduh são realizadas mentorias e cursos para médicos, que vão desde o básico ao avançado; bem como treinamentos para as equipes desses profissionais, voltados aos procedimentos com implantes hormonais. Desta forma, as empresas seguem unidas no ideal de estreitar relacionamento com a classe médica e aprofundar conhecimento especializado, aliado à divulgação consciente, responsável e eficiente dos seus produtos, a fim de alcançar a maior quantidade de mulheres possível, no único propósito de promover e expandir qualidade de vida e saúde. O La Vie Legacy Labs nasce com a responsabilidade de consolidar os seus produtos como a maior referência do Brasil em terapias hormonais e tratamentos voltados à saúde reprodutiva e longevidade. Os implantes têm o objetivo de contracepção ou tratamentos de patologias estrogênio dependentes, como a endometriose, por exemplo, ou podem ser hormônios para reposição hormonal no climatério e menopausa ou andropausa. Desde o início de tudo, Manuela Coutinho tem a irmã como sócia. Além dela, somam-se 20 colaboradores diretos, e tantos outros indiretos; muitos estão com ela desde quando trabalhavam na empresa anterior e que a acompanharam porque acreditaram nela e em seu sonho. Outros foram entrando à medida que iniciaram as atividades e muitos ainda chegarão. Além dos citados, há todo um aparato médico especializado que envolve profissionais das áreas de ginecologia, endocrinologia, mastologia, nutrologia e outras especialidades que trabalham com longevidade e saúde integral. Essa “anglo-baiana” tem as culinárias japonesa e italiana entre as suas preferidas. Em seus momentos de lazer, pratica esportes e o tênis é o seu favorito. A série Greys Anatomy - por motivos quase óbvios - faz parte de sua vida e seu livro preferido é “Atlas Shrugged” (A revolta de Atlas), de Ayn Rand. “O livro escrito pela filósofa, em 1957, que de forma brilhante mistura romance e mistério em uma crítica sobre valores essenciais, continua muito relevante atualmente”, comenta Manu. Essa mulher sonhadora e determinada ainda quer conhecer a França, passear com a família brasileira e visitar a família que ainda vive lá e assistir, se possível, ao torneio de Roland Garros, em junho. Além de tudo isso, ela ainda pretende desenvolver o talento ou habilidade de cantar ou tocar um instrumento musical. Haja fôlego para acompanhar essa mulher arretadaI Voltando para o assunto dos negócios, em números, para se ter uma ideia, o mercado magistral como um todo faturou em 2022 algo em torno de cinco bilhões de reais. Estima-se que 20% desse total estejam nas mãos dos estéreis, incluindo os implantes hormonais. Para o laboratório La Vie Legacy Labs, que teve início das atividades em abril de 2023, a perspectiva é de faturar 10 milhões de reais até o final deste ano. A gestrinona, um esteróide sintético, esteve no centro de uma discussão recente. Com propriedades androgênica, antiestrogênica, antiprogestogênica e antigonadotrófica, ela age no sistema Hipotálamo-Hipófise diminuindo a liberação de FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), reduzindo a ação do estrogênio, podendo ser indicada para tratar endometriose, mioma, adenomiose, anemia, TPM, perda óssea e mastalgia. A gestrinona diminui o SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais), aumentando a biodisponibilidade da testosterona que produzimos e, como efeitos colaterais positivos, ocorrem a melhora da disposição física, aumento da libido, diminuição de gordura corporal e celulite, além de promover ganho de massa muscular. E como efeitos negativos o aumento da oleosidade de pele e cabelo, acne, queda de cabelo e retenção de líquido. Infelizmente, como explica Manu, esse tipo de tratamento no Sistema Único de Saúde - SUS não está disponível e a necessidade de oferecer diagnóstico e tratamento de forma mais eficiente para mulheres com endometriose vem sendo ignorada. O tratamento com gestrinona não é barato e acessível a todas as mulheres. A depender da dosagem, em creme varia entre R$ 300,00 e R$ 500,00, por mês, e em implantes fica em torno de R$ 4.000,00 e R$ 8.000,00, por ano. O conselho da empresária para quem quer fazer o tratamento de implante hormonal é encontrar um bom médico e um laboratório confiável que sigam as recomendações médicas. Para Manu, é de suma importância pensar em políticas públicas que contemplem também os implantes hormonais para trazer a mais mulheres as benfeitorias que o processo promove. Afinal, quando se cuida de uma mulher, o mundo inteiro melhora. As dúvidas com os diferentes tipos de implantes hormonais. Existe o melhor? “O melhor é aquele que atende às necessidades das pacientes. Falar de implantes não é falar de um produto, é falar sobre a saúde da mulher; não só da cura de alguma patologia, mas da saúde sob um olhar 360°. Recentemente houve muita desinformação sobre como funcionam os implantes de silásticos e bioabsorvíveis e entrou-se muito na questão de qual seria o melhor, o mais apropriado para a mulher. Cresci com uma adoração por implantes hormonais, meu avô era médico e cientista e desenvolveu, entre outras vias de tratamentos hormonais, os implantes e cada uma das vias tem a sua indicação e sua contraindicação também”, esclarece Manuela. Não Absorvíveis - Silástico. “Os implantes não absorvíveis são pequenos tubinhos translúcidos de silicone silástico, adequados para uso subcutâneo. No interior de cada tubinho, encontra-se o ativo hormonal puro, que atinge a corrente sanguínea através de difusão passiva. Nesse tipo de implante não há combinação de hormônios diferentes ou excipientes em um mesmo dispositivo. A vantagem de escolher este método para tratamento hormonal é a estabilidade de liberação da droga durante o período do tratamento. Ao final do período de 12 meses, o implante deverá ser retirado para colocação de novos dispositivos e a continuidade do tratamento. Apesar da retirada dos implantes ser vista como uma desvantagem, nós acreditamos que a possibilidade de interromper o tratamento a qualquer momento, se necessário, garante segurança para médico e paciente”, diz Manu. Os implantes absorvíveis Sempre detalhista em suas explicações, Manuela esclarece: “Os implantes absorvíveis, chamados de pellets fora do Brasil, são pequenas estruturas cilíndricas do hormônio compacto. Ao longo do tratamento a estrutura se dissolve liberando o ativo hormonal na corrente sanguínea. A grande vantagem do método é não precisar fazer o procedimento de retirada. O tempo de duração é mais curto e pode variar entre quatro e seis meses, dependendo da paciente. Se por um lado o prazo de duração é uma desvantagem, por outro o intervalo mais curto é uma excelente oportunidade de acompanhar a paciente mais de perto”. “Meu avô ganhou prêmios no mundo todo, publicou livros que venderam milhares de cópias e não demorou muito para que a adoração da neta se transformasse em trabalho pelo objetivo em comum: a consolidação dos implantes hormonais como ferramenta na manutenção da saúde da mulher. Esse estado em que conseguimos conservar a mulher em seu pleno potencial, em todas as fases da sua vida, sem dores, sem sangramentos mensais, sem anemia, sem fogachos, sem fadiga, com disposição e com coração e ossos fortes é e sempre será nossa meta, incansavelmente acompanhando e aperfeiçoando todos os processos e procedimentos”. “Ao trabalhar com implantes hormonais por mais de 10 anos dentro do laboratório, tive o privilégio de conhecer o produto e os médicos profundamente. Fora do laboratório, tive a oportunidade de conhecer e me conectar com as pacientes, que me concederam a especial ocasião de observar a mudança que o tratamento administrado por esta via é capaz de provocar não só nelas, mas em tudo à sua volta”. Manuela Coutinho, empresária do ramo da saúde e proprietária das empresas MCLegacy Eduh e La Vie Legacy Labs, especializadas em implantes hormonais