A curiosidade é uma condição inata do reino animal, e graças a ela a humanidade segue em constante evolução, levando o homem, inclusive, a desbravar territórios além do planeta Terra. No entanto, diferenciar a curiosidade natural da curiosidade mórbida, é importante até para identificar aspectos clínicos envolvidos.
Como vimos recentemente com o grupo de pessoas que embarcou no submersível Titan para visitar os destroços do Titanic, é necessário que limites sejam observados para que a curiosidade não extrapole algumas barreiras. Segundo o psicólogo Alexander Bez, as 3 principais características mentais da curiosidade mórbida, são:
Do ponto de vista psicológico, ter curiosidade mórbida não é interessante, pois revela uma “patologia sinistra de caráter”, principalmente quando essa conduta é contínua - sinalizando uma obsessão-compulsão nesse sentido. A exploração de tragédias apenas pela curiosidade nunca é saudável.
No caso dos tripulantes do submersível Titan, várias informações sobre a segurança do minissubmarino alertavam aos perigos, que foram ignorados tanto pelos aventureiros, quanto pelo seu capitão.
“Psicologicamente falando, o grande motivo pelo qual o Titanic continua chamando a atenção era sua característica de ‘inafundável’, e que, mesmo assim, acabou vitimando mais de 1500 pessoas por irresponsabilidade de seu capitão”, explica Bez
Ver desastres de perto, burlando leis de seguranças, ignorando consequências, é negar os fatos reais dando vazão ao pensamento mórbido, preterindo a razão e a lógica e correndo altos riscos. No caso do Titan, infelizmente, esses riscos se confirmaram.
Alexander Bez atua há mais de 20 anos na psicologia, com sete livros escritos, e tem especialização em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), é especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA) e especialista em Saúde Mental.